. Gestión Universitaria

Note article

DIFERENTES VISÕES DA EDUCAÇÃO

 

 

Edna Oliveira Lopes

Mestranda em Educação pela UDE_ Universidad de la Empresa- Montevidéu-UY. Especialista em Psicopedagogia Clinica e Institucional Pelo IBPEX/ Grupo UNITER- Curitiba-PR, Graduada em Administação de Empresas pela FCG- Faculdade de Capim Grosso-BA, Professora do ensino Fundamental ll, Ensino Médio e Ensino Superior- São José do Jacuipe –BA- Brasil.

Correo electrónico: tytalopezz@hotmail.com

 

Resumo

O presente artigo tem por objetivo mostrar que a educação é o meio pelo qual o individuo será capaz de mudar sua história como um ser social, intelectual e cultural e, discorre sobre a influência do meio no processo de formação e desenvolvimento da criança, mostrando que o professor tem papel importante neste processo. Apresenta um breve resumo sobre a história da educação no Brasil. Elucida também o porquê a educação é vista por muitos como um fenômeno complexo. Para revisão da temática fez-se uso de dados de pesquisa de alguns autores (as): DURKHEIM ( 1998), GARDNER (1996) , FILLOUX ( 2010), PEREZ LINDO (2004), NUNES (2010) entre outros, que serviu para dar subsidio e enriquecer o trabalho.

 



Palavras Chave: Educação; sociedade; indivíduo.

 

DIFFERENT VIEWS ON EDUCATION

 

Abstract

This article aims to show that education is the means by which the individual will be able to change its history as a social, cultural and intellectual being, and discusses the influence of the environment on the formation and development of the child process, showing that the teacher has an important role in this process. It presents a brief summary of the history of education in Brazil. Also elucidates why education is seen by many as a complex phenomenon. For review of the theme made use of research data of some authors (s): Durkheim (1998), Gardner (1996), Filloux (2010), Perez Lindo (2004), Nunes (2010) among others, which served to give subsidy and enrich the work.



Key-words: Education; society; individual.

 

1 INTRODUÇÃO

Ao longo dos anos, sociólogos, educadores, filósofos entre outros estudiosos e/ou pesquisadores, vêm tentando encontrar resposta do porquê de tantos problemas sociais. Haja vista, que muitos desses estudiosos defendem a ideia de que os problemas sociais existem porque faltam políticas educacionais que priorize a formação do cidadão como elemento fundamental para o desenvolvimento, político, cultural, econômico e social de uma nação, estado e município, ou seja, de qualquer sociedade a qual este indivíduo faça parte.

Pretende-se, contudo, além de explanar outras idéias abaixo apresentadas, responder a seguinte questão: A educação é o meio pelo qual os problemas sociais podem ser solucionados? Todo o processo da história da educação perpassa por vários períodos que são é claro, acompanhados de varias mudanças e transformações.

O presente trabalho trata da importância da escola para a vida da sociedade, uma vez que tem como função proporcionar o acesso ao conhecimento e a formação de indivíduos para que sejam comprometidos e responsáveis consigo mesmos e com a sociedade. Apresenta e discute propostas em relação às práticas educacionais que são a essência para o bom desenvolvimento do aluno. A discussão apresentada trata do quão importante e fundamental é, que a escola busque atender as necessidades do aluno em relação a despertar nele o desejo de querer frequantar a escola e construir ideias e conhecimentos a partir de suas experiências do cotidiano.

Não se trará de um trabalho conclusivo de um pensamento, mas, é mais uma construção que abre caminho para novas pesquisas e estudos e, espera-se que este contribua para o melhoramento do processo educacional não só a penas do sistema brasileiro mas, para acadêmico das diversas partes do mundo, bem como das diversas área dos conhecimento.

2 EDUCAÇÃO - CONCEITOS E PROCESSOS

Educação nada mais é do que um elemento extremamente relevante no contexto humano e, torna-se complexo ao defini-la, uma vez que “la educación há variado em su forma e em su contenido según la sociedad.” (DURKHEIM, 1998, 19) É ampla e é a partir dela que acontece todo um processo de desenvolvimentos que abrange vários aspectos e fatores que são relevantes na construção interior do sujeito, pois como afirma Durkheim “la educación, lejos de tener simplesmente por fin desarrolar al hombre tal como sale de lãs manos de la naturaleza, tiene por objeto extraer de allí um hombre externamente nuevo; crea um ser que no esxiste, salvo en el estado gérmen indiscernible: El ser social.” (1998, p.18) E, está relacionado à construção do pensamento filosófico de cada ser humano, daí, nota-se o quanto é necessário que o professor tenha competência para compreender as peculiaridades de cada aluno em uma perspectiva também de cunho sociológico, uma vez que este aluno faz parte de um meio social, ou seja, ele está inserido em sociedade. E,

Essa “socialização metódica”, que é a educação, corresponde à necessidade para toda

sociedade de assegurar as bases de suas “condições de existência” e de sua perenidade.

Ela se opera, não resta dúvida, desde o nascimento, no seio da família, porém, é na escola

que é sistematizada, de modo que a escola se torna o lugar central da comunidade social,

quando se trata da transmissão dos valores, das normas e dos sabres. Daí, o interesse quase

exclusivo de Durkheim pela escola, nela incluída a universidade. (FILLOUX, 2010, p. 16)

Ao falar do meio social é importante destacar que o indivíduo desempenha sua função ou papel social em sociedade, embora em coletividade, em grupo, mas não podendo esquecer que a escola tem papel fundamental na construção da autonomia do sujeito, pois, educar é também desenvolver o senso crítico, onde esse indivíduo seja capaz de construir suas idéias e pensamentos, assim como, para o seu desenvolvimento físico a criança necessita cuidados, assim também para sua formação enquanto pessoa, cidadão... a criança necessita de cuidados do professor, da família, da sociedade, pois o processo de formação do indivíduo não depende tão e somente do professor mas de um conjunto pois como afirma Durkheim o desenvolvimento cognitivo, intelectual, físico... da criança depende de cuidados, precauções, de circunstâncias favoráveis, de influências protetoras. E, com isso venha a perceber que há elementos que devem fazer parte de sua vida para que quando adulto, seja capaz, apto e habilidoso na tomada de atitudes, assumindo compromissos e alcançando objetivos de acordo seu tempo, sua maturidade, sua consciência, vindo a facilitar um convívio em uma época pós-modena.

O século XXl, era da complexidade, em que luta-se pela equidade e respeito às diferenças. E, fica a pergunta. Qual foi a época em que a humanidade não enfrentou dificuldades? Queremos ser iguais frente a quê? Será que respeitamos os diferentes?

Essa discussão sobre educação, no caso do Brasil é complexa, pois não se trata apenas de discutir Políticas Educacionais, mas por atravessar políticas e interesses oportunistas. Às vezes busca-se cultura e amparo nas teorias. No entanto, uma das coisas que torna os homens e mulheres “iguais” é a sua capacidade de perceber as próprias diferenças, sejam elas físicas e/ou intelectuais daí que engloba a questão da Educação- é preciso harmonizar com o oposto para gerar a educação.

. Neste sentido, deve-se alertar os jovens em relação à via para o futuro de uma humanidade mais ética em todas as dimensões e aspectos das relações sociais e problemas cotidianos e, a filosófica neste sentido tem fundamental importância pois,

a filosofia não é, de modo algum, uma simples abstração independente da vida.

Ao contrário ela é a própria manifestação humana e sua mais alta expressão(...)

A filosofia traduz o sentir, o pensar e o agir do homem.Evidentemente, o homem

não se alimenta da filosofia, mas sem dúvida nenhuma, com a ajuda da filosofia”

(BRANGATTI,1993. s.p)

A educação se diz de um sistema e também de um estado que brota de dentro para fora. Se fizer uma analogia de uma educação voltada ao reconhecimento e integração das diferenças pode-se salutar à sociedade. Para Durkheim (1998) a educação se diz da transmissão de uma cultura para a interação e socialização dos jovens além, de ser um processo de transmissão natural e, “la filosofia tiene que ver necesariamente com la educacion y que la filosofia de la educacion no puede ahorrarse una reflexión axiológica.” (HOUSSAYE, 2002

Segundo Aranha,

A partir das relações que estabelecem entre si, os homens criam padrões comportamentos,

instituições e saberes, cujo aperfeiçoamento é feito pelas gerações sucessivas, o que lhes

permite assimilar e modificar os modelos valorizados em uma determinada cultura. È a

educação, portanto, que mantém vida a memória de um povo e dá condições para sua

sobrevivência. Por isso dizemos que a educação é um instancia mediadora que torna

possível a reciprocidade entre individuo e sociedade. (ARANHA, 1996, p.15).

Daí em vez de buscar uma “igualdade” artificial é preciso procurar desenvolver a aceitação criativa e plena pelo que considera-se diferente criando uma verdadeira harmonia e, sendo assim a “diferença” deixará de existir como um problema e, passará a ser parte integral da vida do indivíduo.

A cada dia que passa a Educação no Brasil torna-se preocupante. A questão da visão que valoriza os avanços humanos em relação do que seja de qualidade no contexto que o sujeito encontra-se inserido como a doença, o trabalho, a linguagem, aprisionamento, confissão, sexualidade entre outros. Esse tipo de educação ainda não é trabalhado nas escolas brasileiras como parte de um currículo, às vezes quando acontece, são trabalhadas de forma aleatória, solta- torna-se atraso. Para Filloux (2010, p. 16 apud, Educação e sociologia, p. 51)

A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre aquelas que ainda não estão maduras

para a vida social. Tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança um certo número

de estados físicos, intelectuais e morais, que requerem dela, tanto a sociedade política

em seu conjunto, quanto o meio especial ao qual ela é mais particularmente destinada... [...]

É importante destacar que,

Enquanto a educação trabalha com o desenvolvimento dos jovens e das novas

gerações de uma sociedade, a filosofia é a reflexão sobre o que e como devem ser ou

desenvolver estes jovens e esta sociedade. (...) O educando, que é, o que deve ser,

qual o seu papel no mundo; o educador , quem é, qual o seu papel no mundo; a

sociedade, o que é, o que pretende; qual deve ser a finalidade da ação pedagógica.

Estes são alguns problemas que emergem da ação pedagógica dos povos para a

reflexão filosófica, no sentido de que esta estabeleça pressupostos para aquela

(LUCKESI, 1994,p.31-32)”.

Contudo, a educação deve está voltada ao destino dos jovens e o papel da educação e do educador é indicar caminhos. Pois, cabe ao professor fomentar o espírito crítico do estudante, para que este tenha a capacidade de criar o seu próprio destino, criando condições de viverem em um mundo super atribulado. Mundo este que não deixa de ser um espaço cibernético e movimentado, pois, afinal a educação encontra-se em um período contemporâneo e tecnológico, onde se discute o que Bauman chama de “sociedade líquida”, onde o indivíduo deve acompanhar os avanços em perspectiva planejada e combinada para que possa se adquirir uma qualidade vital melhor e/ou adequada.

O pensador e Político Anísio Teixeira em suas obras defende a ampliação do conhecimento cultural, pois em sua concepção o homem deve ser preparado para o trabalho bem como, para o exercício da cidadania e, fazendo uma ligação ao pensamento de Anísio, é possível ressaltar o que Houssaye diz quando discute a finalidade da educação: “no se educa para ele individuo, no se educa para la sociedad, se educa para la humanidade.[...] “( HOUSSAYE, 2002, p.253)

A educação deve estar sempre presente nas mudanças de hábitos do indivíduo para que ele venha a perpassar no decorrer da vida em qualquer lugar que se encontrar. Neste sentido, para mudar uma sociedade faz-se necessário transformar uma educação como parte fundamental de uma nação, estado e município e, que cada cidadão tome consciência do valor que existi um país que tem uma educação de qualidade e, para todos.

A escola nova introduz o pensamento liberal democrático, defendendo a escola pública para todos na busca de uma sociedade igualitária e sem privilégios. A pedagogia do século XX contribuinte da psicologia, da sociologia, economia, a lingüística, a antropologia... podendo assim caracterizar com “a educação para a democracia” período em que se busca a inclusão da cultura científica como parte do conteúdo a ser ensinado. (CAVALIERE, 2010)

Por isso que o ato de educar é extremamente complexo, pois, ela vem de estímulos internalizados no interior de cada pessoa e, sabe-se que cada pessoa é única e, “para reconhecê-las, aliás, é preciso saber identificar o estilo próprio de cada uma e não se limitar a simples enumeração dos traços simultâneos observáveis nelas.” (ALFANDÉRY, 2010 p. 62) E, isso remete ao processo educativo de cada indivíduo como algo extremante peculiar. Por essa razão é que as Escolas brasileiras devem repensar suas políticas e programas principalmente quando se tratar das questões de currículo.

Contudo, o conceito de educação se diz de um fenômeno complexo que não se resume à escola, pois, trata de vários contextos e, busca a formação e preparação do indivíduo para a vida. É um processo que deve contribuir para o desenvolvimento cognitivo, psicológico, político e social do indivíduo para, desta forma, resolver eventuais problemas.

3 EDUCAÇÃO E REALIDADE DO ALUNO

Pensar em uma educação a partir da realidade local é visar uma aprendizagem significativa voltada para os interesses do aluno, pois, os discursos coletivos são de suam importância para se chegar a um denominador comum, principalmente quando os interessados na causa estão envolvidos.

A educação deve ser pensada e vivenciada de forma real e concreta, porquanto, é evidente que o aluno sentirá mais prazer sentindo-se motivado dentro do ambiente escolar, ao ouvir falar de “algo” que para ele é familiar e, esta realidade pode ser experimentada de forma também virtual onde o indivíduo poderá ter contato com as ferramentas tecnológicas que os permitirão ser cidadãos melhores, autônomos.

Os livros didáticos oferecidos pelo sistema educacional não são adequados às realidades, além de não apresentarem as causas de determinadas situações como, por exemplo: as longas estiagens; o tipo de vegetação predominante (caatinga). Levando em consideração estes exemplos o que a escola não consegue esclarecer é que a região em que o clima é semiárido não possibilita as grandes criações de gado bovino, entre outras atividades e, não orienta e nem sensibiliza o homem para conviver com determinadas realidades. A partir daí o homem que não foi esclarecido fica na busca de um culpado. Afinal de quem é a culpa? Do homem ou da natureza?

Aqui, portanto, é possível citar a teoria de Gardner (1996) sobre o que ele chama de “a nova ciência da mente” que discute a Ciência da Cognição como uma solução para resolução de situações e questões que estão relacionadas ao processo de conhecimento. E, para organizar de forma eficaz o conhecimento, as informações fornecidas pelo computador permitem que o indivíduo seja capaz de despertar o conhecimento adormecido, elaborar idéias e pensamentos, pois,

De uma perspectiva contemporânea, parece evidente que pelo menos três

condições tinham de ser cumpridas antes que o sonho de uma ciência

cognitiva integrada pudesse se realizar: Em primeiro lugar, foi necessário

demonstrar as inadequações da abordagem behaviorista; Em segundo lugar,

as limitações específicas de cada ciência social tiveram de ser reconhecidas.

Finalmente, o advento do computador foi necessário para fornecer o ímpeto

final para uma nova ciência cognitiva.(HOWARD GARDNER, 1996, s.p)

Com isso, Gardner apresenta o computador como instrumento essencial no processo de recuperação da informação e, hoje não se pode mais falar em processamento de informação sem fala em computador, pois, esta é uma realidade marcante e necessária.

Cabe aos educadores que ao informar e somar os conhecimentos possibilite aos educando desconstruir de forma crítica alguns conceitos, rótulos e mitos atribuídos a temática- conteúdos em discussão. E, pensando em uma alfabetização sólida, a escola deve elaborar uma proposta curricular e projetos educativos que facilitem a compreensão e aprendizagem do aluno, levando em consideração o pensamento de Freire (1986) que afirma: “educar es um acto de amor y liberdad. em el clima de liberdad es donde puede surgir la actiud crativa al menos, donde ésta tiene más posibilidades de emerger.” (PEREZ LINDO, 2004, p. 122)

Referindo-se a escrita do aluno, as informações dadas pelo professor e pelo livro didático carecem deixar o aluno livre para através de a escrita reelaborar textos ou dar sua contribuição, acrescentando, concordando ou discordando da ideia do autor ou do mediador. Talvez as práticas educacionais ainda sejam contraditórias às teorias e discursos, impondo as ideias prontas e acabadas. Contudo,

Ensenar a resolver problemas no consiste sólo en dotar a los alumnos de destrzas e

estratégias eficaces sini también en crear en ellos el hábito y la actitud de enfrentarse

al aprendizaje como un reto al que hay que encontrar respuesta ensenar a plantarse

problemas, a converter la realidad en uno problema que merece ser indagao y estudado.

( LINDO, 2004, p. 133)

Fica evidente portanto, que a escola deve apropiar-se de uma metodologia que permita o aluno construir conhecimentos e ideias criativas, de forma livre e democrática e, entender que isso só será possivel se o professor aceitar que ele não mais é o detentor do saber.

Segundo Dewey, “a criança vai a escola para fazer coisas: cozinhar, cozer, trabalhar a madeira e fabricar ferramentas mediante atos de construção simples; e, neste contexto e como consequência desses atos se articulam os estudos: leitura, escrita, cálculo e etc.” (1896 a, p. 245 apud WESTBROOK E TEIXEIRA, 2010, p. 24 ) Como diz Freire (1988), para a criança a leitura não será significativa se ela tiver que aprender que “Eva viu a uva” e, não que “João faz belos tijolos” pois, se esta não for uma ideia que condiz com a realidade do aluno o seus significados serão vazios pois, “a realidade equivale à interação do ser humano com o seu meio ambiente, é a soma total do que experimentamos. O homem e o seu meio ambiente estão coordenados; eles são igualmente responsáveis pelo o que é real.” (KNELLER, 1983, p. 23).

Para que haja mudança implica-se a coexistência de formas antigas e formas novas, logo, mudança provoca variação, ou seja, mudança é variação, embora nem toda mudança seja um processo de mudança. Porém,

A realidade apresenta-se como um campo em que o homem exercita a sua atividade

prático-sensível, sobre cujo fundamento surgirá a imediata intuição prática da )

realidade. No trato prático-utilitário com as coisas o indivíduo em situação cria sua

própria representação das coisas e elabora todo um sistema correlativo de noções

que capta e fixa o aspecto fenomênico da realidade. (KOSIK, 1985, p.10).

Neste sentido a criança expressa sua liberdade de criação e pensamento e, para isso é necessário que a escola der condições à criança para que se desenvolva de forma democrática, pois, “A mente não esta realmente liberada, ainda que não se crie condições que a criança participe ativamente da análise pessoal dos seus próprios problemas e dos métodos para resolvê-los – ao preço de ensaios e erros.” (DEWEY, 1903, p. 237 apud WESTBROOK E TEIXEIRA, 2010, p. 25)

As práticas de ensino preocupam-se muito mais em cumprir o que determina a matriz curricular e os conteúdos programáticos do que socializar os saberes, visando o contexto e a clientela sem dá ao aluno a liberdade de expressão e participação. No entanto, é necessário que a escola repense seus planejamentos e métodos, ainda que seja necessário romper paradigmas, pois, a mudança e a transformação na educação são necessárias.

A EDUCAÇÃO BRASILEIRA

Diante da evolução em que se encontra o “mundo”, o sistema educacional brasileira mesmo passando por vários processos continua repetindo erros e se comportando como os primatas. A história da Educação brasileira está inculturada em uma questão de “poder”, pois, diante da camuflagem a respeito da educação e programas que valorizam estatísticas, ainda estamos distante de uma educação para todos que proporcione um ensino de qualidade, respeitando a heterogeneidade e a individualidade da comunidade escolar.

Na verdade sendo o Brasil um país subdesenvolvido, a desigualdade social e o preconceito ainda são fortes fatores que contribuem para o comportamento primata do homem contemporâneo.

Fazendo um paralelo entre a educação no Brasil colônia com o atual sistema educacional percebe-se que o homem em questão da organização sistematizada avançou. Porém, no que diz respeito à prática educacional que promova a valorização humana, pessoal e profissional ainda deixa a desejar. Isso faz com que as inadvertências do passado vão se perpetuando.

A história da educação brasileira em registro pode se falar que foi notada a partir da década de 1954- tendo como foco e fato histórico político a ditadura militar da era Vargas. Nesse período já havia preocupação do educador baiano Anísio Teixeira que nessa época pesava-se em abrir espaço de academia, ou seja, faculdade específica para professores que atuavam no curso elementar, o mesmo chamado de primário. Na época suas ideias não foram possíveis ser caracterizada, pois o governo não aceitava em hipótese alguma que a classe de professores cursasse um normal superior.

O professor Anísio, nesse período era Secretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro. E, já sentia-se pressionado e mal visto por ter ideias inovadoras para a educação no Brasil. A Educação no período de Anísio e de Darcy discute que

[...] o ensino secundário preparatório para o superior, destinava-se ao mais

privilegiados enquanto o ensino profissionalizante, até 1953 sem permitir acesso ao

superior, era destinado aos alunos da massa que sobrevivia à mortalidade da

reprovação e evasão do primário. (GOMES, 2010, p. 38)

Anísio usa em seus discursos em defesa de uma educação que beneficie a todos independente de classe social o termo que chama a atenção “os filhos dos ouros” referindo-se ao processo excludente que a educação brasileira utilizava na ora de selecionar quem estudaria, onde, e como.

Na história da educação brasileira, afirma Gomes (2010, p.38 e 39) que, “A maior herança renovadora da Educação Nacional era a Escola Nova, que ganhou corpo e consistência ao fundar-se a Associação Brasileira de Educação em 1924, [...]”

Contudo, a história da educação no Brasil dede o passado preocupava-se em educar os filhos da nobreza, os conhecidos “sangue azul” – brancos. Os menos favorecidos não tinham direito de frequentar instituições nenhuma muito menos escolas. Em conseqüência de toda essa desigualdade Anísio “trouxe a luz as agendas ocultas dos poderes religiosos e políticos afirmando a educação como direito humano e social, como exercício da nossa dignidade.” (NUNES, 2010, p 65)

Nesta perspectiva pode se colocar também no processo de educação no Brasil a questão produtiva, ou seja, segundo Karl Marx o processo produtivo é meio de realização da mais valia. Sobre esse alicerce Marx, fala a respeito da impunidade do dono do poder perante o proletariado- esse que eleva com suas horas a força de trabalho para sua sustentabilidade e, dando crescimento a economia do sempre mais rico. (O Capital. p. 78, revista- Filosofia, nº 83, junho de 2013) Como, por exemplo, podemos citar: um professor que trabalha a mais de 25 anos e não teve condições econômicas para ter casa própria e, nem tão pouco um automóvel.

Afinal que tipo de educação existe em um país rico em aspectos naturais, porém pobre mesquinho em formação educativa num contexto econômico? E, que vida o povo brasileiro tem aproveitado? Esse povo é contado em numerais para informe de dados para o IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Porém gestores políticos talvez ainda não tenham desenvolvido o sentimento do subjetivismo da preocupação pelo outro e, isso é grave, pois um país não cresse em desenvolvimento se seus comandantes não são nenhum pouco empático.

No entanto a Educação brasileira, não sofreu um processo de evolução que pudesse ser considerado marcante ou significativo em termos de modelo. Muito tem se mexido no planejamento educacional, mas, a educação continua a ter características primatas.

Afinal a educação é todo um processo de entendimento diante de qualquer objeto, ou ser em uma perspectiva humanística vindo a desenvolver o conhecimento, através de mudanças atreladas ao limite do intelecto peculiar de cada ser humano.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Compreende-se, portanto que a educação não é uma questão apenas política, mas também, filosófica, sociológica, econômica, histórica e cultural e que diante do cenário em que se encontra a educação em todas as esferas, foi possível considerar que a educação acontece na vida do indivíduo por diversos meio e que cada espaço que o indivíduo ocupa é relativo e relevante de acordo o sentido que a ele é atrelado. Considerando que não se deve pensar em educação somente de maneira externalizada em que se encontra o sujeito, mas, um elemento peculiarizado que brota de dentro para fora.

Fica evidente, portanto, que a escola tem papel fundamental no processo de formação do indivíduo, contudo, a educação brasileira aqui discutida ainda apresenta muitas lacunas no que diz respeito à valorização do indivíduo, pois ainda se tem que conviver com a realidade de um sistema educacional excludente, onde o “pobre” e o “negro” para ter “direito” de estudar, foi preciso se criar cotas nas universidades públicas, porque suas vagas são insuficiente e, em sua maioria as pessoas que nelas estudam são os filhos da elite que tiveram boa preparação no ensino básico.

Contudo, não se pode generalizar a escola como um local de aprendizagem sistematizada, embora seja sistêmica e normativa, mas o organismo humano deve ser respeitado de maneira particular, pois cada ser humano tem seu limite para tudo, não deixando de ser respeitado, até porque cada pessoa é única, embora viva em um contexto social.

Espera-se, portanto, que esta discussão seja ampliada por outros estudiosos poir se tratar de uma temática de interesse diversos, por não se resumir apenas aos profissionais da educação, mas da diversas aéreas do conhecimento e, que sirva como material de pesquisa e estudo para outros.

REFERÊNCIAS

-ALFANDÉRY, Hélène Grantiot. Henri Wallon. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, ed. Massngana. 2010- ( Coleção Educadores)

-ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. 2ª ed., São Paulo: Moderna, 1996

-BRANGATTI, Paulo R. O ensino de filosofia no segundo grau: uma necessidade de leitura do cotidiano. Piracicaba: Unimep, 1993.

-DURKHEIM, Émile. Educación y Pedagogía- ensayos y controvérsias. Buenos Aires- Argentina :Editorial Losada S.A., 1998.

-FILLOUX, Jean-Claude. Émile Durkheim. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, ed. Massngana. 2010- ( Coleção Educadores)

-FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam. 22 ed. São Paulo: Cortez, 1988. 80 p.

-GARDNER, Howard. A nova ciência da mente: uma história da revolução cognitiva. São Paulo: EDUSP, 1996.

-GOMES, Candido Alberto. Darcy Ribeiro. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, ed. Massngana. 2010- (Coleção Educadores)

-HOUSSAYE, Jean. Eduacción y Filosofía: enfoques contemporâneos. Boenos Aires. Argentina: Ceudeba. 2002.

-KNELLER, G. F. Introdução à filosofia da educação. Rio de Janeiro: Zahar, 1983.

-KOSIK, K. Dialética do concreto. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985

-LUCKESI,C.C. Filosofia da educação.São Paulo:Cortez,1991.

-NUNES, Clarice. Anísio Teixeira. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, ed. Massngana. 2010- (Coleção Educadores)

-PEREZ LINDO, Augusto . Creatividad, actitud y educación. Buenos Aries-Argentina: editorial Biblos, 2004.

-WESTBROOK, Robert B.& TEIXEIRA, Anísio. Jhon Dewey. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, ed. Massngana. 2010- ( Coleção Educadores)

 

 

 



Gestión Universitaria
ISSN  1852-1487

http://www.gestuniv.com.ar

Vol.:11
Nro.:01
Buenos Aires, 15-03-2018

Recibido el: 20-12-2017 ; Aprobado el:

URL http://www.gestuniv.com.ar/gu_29/v11n1a2.htm